Antônio Carlos de Almeida Castro, conhecido pela alcunha de Kakay (Patos de Minas, 22 de setembro de 1957)[4], é um advogado criminalista brasileiro, notório pela prestação de serviços advocatícios a políticos, empresários e celebridades.
Conta ter defendido dois presidentes da República (José Sarney e Itamar Franco), um vice (Marco Maciel), cinco presidentes de partido (simultaneamente), quarenta governadores (em períodos diversos), dezenas de parlamentares (pelo menos quinze senadores) e mais de 20 ministros (13, no governo de Fernando Henrique Cardoso; três, no de Luiz Inácio Lula da Silva; dois, no de Dilma Rousseff). Também já defendeu grandes empreiteiras (Andrade Gutierrez, Odebrecht, OAS), bancos (Sofisa, BMG, BMC, Pine), banqueiros (Daniel Dantas, Salvatore Cacciola, Joseph Safra) e empresários de renome internacional ou provincianos, “todos num momento ou outro enrolados com a Justiça”.[5]
Entre 2015 e 2016, então advogado de onze políticos e empresários investigados pela Lava Jato, Kakay afirmou, na tentativa de defender a reputação de seus clientes, que o país vivia “sem a menor dúvida” um momento de “criminalização da riqueza”.[3] Desafeto de Joaquim Barbosa, Kakay afirmou que o ex-ministro “não deixa nenhum legado. Não deixa um livro interessante; um acórdão profundo, uma tese. Nada. Eu, por exemplo, não vou nem criticar mais ele. A partir de agora, eu me nego até a falar dele“.[6]
Clientes notórios
Kakay é conhecido como um bon vivant e advogado de celebridades, grandes empresários e poderosos políticos.[7] Dentre os clientes notórios, constam nomes como Edison Lobão (PMDB-MA), Roseana Sarney (PMDB-MA), Aécio Neves (PSDB-MG), Romero Jucá (PMDB-RR), Ciro Nogueira (PP-PI),[3] o publicitário Duda Mendonça,[8] a atriz Carolina Dieckmann,[9] o cantor Roberto Carlos,[10] e, como ele mesmo afirma, “outros que prefiro não falar”.[3] Foi advogado ainda de Antônio Carlos Magalhães, José Dirceu,[4] de quem é amigo pessoal,[11] e Paulo Maluf.[12] Kakay defendeu também a empresa Telexfree, acusada de praticar crime de pirâmide financeira.[13]
Controvérsia
Uma foto de Kakay nos corredores do Supremo Tribunal Federal (STF) usando bermuda e camisa de mangas curtas virou notícia no início de 2019. O STF possui um código de vestimenta, exigindo roupa social para os visitantes em geral e o não cumprimento pode ser considerado desrespeitoso. Diante da repercussão do episódio Kakay se desculpou publicamente em nota: “…o uso da imagem como se de alguma maneira eu estivesse desdenhando do Poder Judiciário, especialmente do Supremo Tribunal Federal, me faz vir a público esclarecer e pedir desculpas aos membros do Poder Judiciário e a quem, de alguma forma, considerou o fato desrespeitoso. A advocacia é minha vida e nutro pelo Judiciário, não só pelo Supremo Tribunal, mas pelo Superior Tribunal de Justiça, demais tribunais e pelos juízes em geral profundo respeito. A melhor maneira de deixar isso claro, embora nunca tenha tido nenhuma intenção de desrespeitar, é deixar expresso o meu sincero pedido de desculpas.”[12] Reconhecido como um Bon vivant,[14] Kakay costuma falar abertamente sobre seu trabalho e seu estilo de vida. Diz em entrevistas que já inocentou marido que matou a mulher e ressalta: “Sou bravo. Com meu cliente, ninguém mexe“.[15]
“ | “Estou em Paris, trabalhando e tomando meu champanhe. É a minha vida. Cada um leva a sua como pode. E como quer. Eu levo a minha com toda a seriedade possível.[16] | ” |
Referências
- «Advogado Kakay comemora pré-aniversário com almoço em Brasília». Glamurama. 19 de setembro de 2015. Consultado em 27 de janeiro de 2016
- «Mulher de Kakay, advogado da Lava Jato, lança livro de gastronomia». Glamurama. 1 de setembro de 2015. Consultado em 27 de janeiro de 2016
- «”Brasil vive criminalização da riqueza”, diz advogado de 11 citados na Lava Jato». UOL Notícias. Consultado em 27 de janeiro de 2016
- «Leia a transcrição da entrevista de Kakay à Folha e ao UOL». Folha de S.Paulo. Consultado em 27 de janeiro de 2016
- O protetor dos poderosos. Por Daniela Pinheiro. Piauí, ed. 62, novembro de 2011.
- «Para criminalista, Barbosa humilhou todo mundo e não deixa legado». Folha de S.Paulo. 29 de maio de 2014. Consultado em 27 de janeiro de 2016
- «Kakay dará nova cara ao Piantella». UOL. Consultado em 27 de janeiro de 2016
- Fabiano Costa, Mariana Oliveira e Nathalia Passarinho (17 de outubro de 2012). «Duda Mendonça convida advogados para comemorar absolvição na Bahia». G1. Globo.com. Consultado em 9 de agosto de 2016
- Cecília Ritto. «Advogado de Carolina Dieckmann desiste de processo contra o Google». Veja. Editora Abril. Consultado em 9 de agosto de 2016
- «Advogado de Roberto Carlos rebate biógrafo: ‘Se descumprir acordo, terá problemas’». O Globo. Globo.com. 11 de junho de 2015. Consultado em 9 de agosto de 2016
- «José Dirceu comemora idade nova, e com o discurso de sempre». Glamurama. Consultado em 27 de janeiro de 2016
- «Após entrar no STF de bermuda, advogado de políticos encrencados pede desculpas: “Não quis desdenhar”». Congresso em Foco. 13 de janeiro de 2019. Consultado em 17 de janeiro de 2019
- Machado da Costa. «Kakay, advogado da Telexfree, diz que origem da acusação não foi a atividade da empresa». Folha de S.Paulo. Uol. Consultado em 9 de agosto de 2016
- «Kakay dará nova cara ao Piantella, restaurante reduto do poder». Política. Consultado em 4 de julho de 2020
- Worldwide, TGOO. «O Portal Premium de Brasília». GPS Lifetime. Consultado em 4 de julho de 2020
BBC: “Brasil vive criminalização da riqueza”, diz advogado de 11 citados na Lava Jato