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Clóvis Sahione

Nascido na Tijuca, em 1937, Clóvis Sahione, 80 anos, é conhecido como o “advogado das causas impossíveis”, não por acaso.

Graduado em Filosofia, pela Faculdade Nacional de Filosofia (1956), e em Direito, pela Faculdade Brasileira de Ciências Jurídicas (1958), Sahione se apoiou, durante toda a carreira, na ideia de sempre existir uma maneira de convencer os magistrados de que as coisas não são o que parecem.

Utilizando-se desta filosofia, em 1978, ele teve o seu primeiro caso polêmico quando defendeu uma garota de programa que matou um delegado de polícia alegando que a mesma agiu em “defesa de sua honra”.

Outros processos emblemáticos foram os da atriz Dorinha Duval, do General Cruz e do cirurgião plástico Hosmany Ramos, nos quais o “advogado das causas impossíveis” obteve total êxito, com a absolvição de seus clientes.

O caso do “Ônibus 174” foi mais um em que atuou. E, na ocasião, o próprio advogado se mostrou surpreso com a decisão favorável à sua argumentação.

Isso porque, naquela ocasião, sua missão foi defender a inocência de três policiais militares acusados do homicídio de Sandro do Nascimento, autor do sequestro do ônibus da linha 174, em junho de 2000, no Rio de Janeiro. Segundo sua tese, posteriormente vitoriosa, o próprio sequestrador teria se sufocado ao se debater entre os braços dos policiais, no interior de um camburão, a caminho da delegacia.

“Acho inverossímil, mas foi aceito”, declarou Clóvis Sahione, depois se justificando: “A tese encontra apoio nos fatos antecedentes, na hora em que aquele homem violentou uma cidade. Era um terrorista, nos Estados Unidos teria levado um tiro na testa”.

E, para coroar sua carreira, após mais de 60 anos de advocacia, Sahione participou de um júri popular em Niterói, no dia 05 de julho de 2018, quando, como de costume, encantou os ouvintes e conseguiu a sua derradeira vitória, por um placar de 4×0, encerrando, assim, uma inspiradora história, mas deixando eternizados os seus ensinamentos.